quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Um Continente permanentemente à cabeçada!

Vejo imagens do Quénia e de Moçambique e chego a duas conclusões:

-Ou se mudam as fronteiras políticas dos países, para fronteiras tribais;

-Ou se acaba de uma vez por todas com a hipocrisia de querer impor um sistema (Democracia) em países onde ninguém respeita as autoridades, a lei e os outros.

A primeira , assenta numa teoria, que grande parte dos problemas de África tem a sua génese na divisão dos países feita pela política de terra desbravada do colonizador. Vivem na maior parte dos países africanos, duas, três, quatro ou mais tribos, que histórica e culturalmente são inimigas, pelo que, quando há algum desaguisado politico, todos o ódios de estimação camuflados ao longo do anos vêem ao de cima em questões de segundos, partindo-se imediatamente para a guerrilha urbana, que mais não é do que a versão moderna dos conflitos na selva pela conquista de espaço dos seus ancestrais. Divida-se os países em tribos e metade dos problemas desaparecem!

A segunda opção assenta na minha vivencia própria. Em países onde não há respeito pelas autoridades, em que a lei não passa das estantes, em que o vizinho da noite para o dia passa a inimigo, onde não há cultura cívica, não há educação e não se respeitam os idosos e as crianças, não existem condições para se implementar um sistema democrático à imagem dos que se vivem na Europa. A única solução, nestes casos, nem será uma democracia dissimulada, será mesmo uma ditadura e musculada!

1 comentário:

Paulo Saraiva Gonçalves disse...

O problema, na minha modesta opinião, não se resume apenas a África. Aliás, sempre que vejo os afoitos norte-americanos a querer vender o franchising da MacDemocracia, por exemplo, no Afeganistão, quer-me parecer que há ali qualquer coisa que não joga.
Ou então sempre que vejo as melhorias que advieram da intervenção aliada no Iraque.
Em África, mais ainda, pelas tradicionalmente sanguinárias divisões e disputas tribais.
Mas grande parte da culpa é nossa. Quisemos autocraticamente impôr a nossa democracia, a quem não a queria. E prova continuar a não a querer.